O homem que partiu a montanha

30/07/201525/08/2020 Invi

Ele levou 22 anos, mas provou a todos que estavam errados.

Quando você vive em uma cidade pequena frequentemente tem que viajar para cidades próximas para adquirir suprimentos. Geralmente isso significa que se a cidade fica a um quilômetro de distância, você tem que viajar por um quilômetro para chegar lá. Mas para as pessoas de Gelhour, uma montanha de aproximadamente 100 metros de altura estava entre eles e a cidade vizinha, Wazirganj. Gelhour era muito pobre e não tinha escolas, hospitais ou trabalho. Para ter acesso a essas coisas, a unica opção para as pessoas era andar 72km em volta da montanha, ou arriscar a vida subindo-a. A subida era difícil e perigosa e levava horas, mas uma necessidade diária para quase todos em Gelhour.

Um dia, um homem chamado Dashrath Manjhi estava trabalhando coletando madeira para sua família do outro lado da montanha. Era um dia longo e duro de trabalho, por isso sua esposa subiu a montanha para entregar a ele comida e acabou caindo. Ela ficou ferida e quebrou todas as coisas que levava. Então Dashrath decidiu dar um basta naquilo.

Ele pensou: Quantos anos já se passaram e quantas pessoas já não cairam, se feriram e quebraram suas coisas?!

Dashrath ia dar um fim a isso. Ele vendeu as três cabras da família para comprar um martelo, um cinzel e um pe-de-cabra. Decidiu então que ia fazer um caminho pela montanha, parti-la ao meio!

Todos da cidade pensaram ser impossível; mesmo seu irmão pensou se ele não estava ficando louco. Isso era uma tarefa grande demais para apenas um homem. E como raios ele ia conseguir continuar a sustentar a sua família?! Que homem sozinho poderia partir uma montanha de quase 100 metros de altura ao meio?!

Dado 22 anos, Dashrath pôde! Todos os dias ele trabalhou arando o campo dos outros de oito da manhã até uma da tarde para alimentar sua família. Das quatro da manhã até as oito e também a partidar das 13h até o fim da tarde ele trabalhava na montanha, para então alimentar seu sonho.

Finalmente, depois de muitos e muitos anos de trabalho duro, ele terminou. Dashrath havia partido a montanha ao meio. Com apenas as suas mãos e algumas ferramentas rudimentares ele criou uma passagem de quase oito metros de altura por um pouco mais de nove metros de largura que seguiam por 110 metros de distância. Wazirganj agora estava a apenas uns 5 quilômetros de distância a pé para os homens e mulheres que trabalhavam e as crianças que irem a escola.

Dashrath não parou por ali. Ele continou até chegar a estrada e conecta-la a rodovia principal para que as 60 aldeias da região do Atri pudessem acessa-la. Ele caminhou ao longo das linhas ferroviárias até Nova Délhi para apresentar uma petição para que sua estrada fosse pavimentada assim como um hospital para seu povo, uma escola e água limpa.

Dashrath morreu de cancer em 2007, mas seu legado e sonho de uma comunidade melhor vive nas pessoas que ele conheceu, e com cada vida que ele ajudou a ser melhor. Ele inspirou aqueles que conhecia e continua a inspirar aqueles que conhecem a sua história. Dashrath acreditava que através do seu trabalho ele poderia elevar não apenas a qualidade de vida de sua família ou aldeia, mas de toda comunidade. E ao faze-lo, sentiu que nunca morreria.

dashrat-manjhi-road — A estrada pela montanha

Hoje, seu amigo Ramcharit Prasad gerencia o “Dashrath Manjhi Welfare Trust”, que é uma escola profissionalizante criada em sua homenagem. Essa escola educa e treina a todos, especialmente garotas, para dar a elas a chance de ter uma vida melhor em Gelhour. Dashrath é usado como um exemplo de motivação para as crianças. Mesmo quando as coisas paracem impossíveis, se você acredita em si mesmo, pode fazer grandes e duradouras mudanças.