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Múmias Egípcias: Curiosidades e Usos Surpreendentes

As múmias Egípcias são um dos legados mais fascinantes da história da humanidade. Além de serem símbolos icônicos da civilização egípcia, esses corpos preservados ao longo de milênios escondem segredos surpreendentes. Neste artigo, exploraremos algumas curiosidades incríveis sobre as múmias do Egito antigo e como eram usadas em contextos que vão além do sepultamento.

1. Múmias na Medicina Antiga

As múmias egípcias eram consideradas preciosas na medicina egípcia antiga. Acreditava-se que possuíam propriedades curativas, e partes delas eram usadas em preparações medicinais. Por exemplo, o “bálsamo da múmia” era uma substância feita a partir da mistura de resina de múmia com outros ingredientes, e era usado para tratar doenças. Acredita-se que a eficácia real desses remédios de múmias era limitada, mas a crença na cura proporcionava conforto aos doentes.

Múmia em pó, pedaços de pele ou músculo de cadáveres humanos mumificados que eram triturados e vendidos por boticários como produtos curativos.
Múmia em pó

2. Múmias como Ingredientes em Tintas

A resina usada no processo de mumificação, conhecida como betume, era um ingrediente importante na produção de tintas. Essas tintas eram usadas para criar colorações duradouras em pinturas e hieróglifos nas tumbas e monumentos egípcios. A durabilidade das tintas era notável, uma vez que ainda podemos admirar essas obras de arte hoje.

Marrom Múmia, um pigmento feito de múmia moída, esse pigmento era uma versão carbonizada dele. Algo que era bastante comum de se fazer para obter tons mais profundos e um pigmento mais fino.
Marrom múmia

3. Múmias como Oferta Religiosa

Múmias de animais, como gatos e crocodilos, eram comuns como ofertas religiosas no Egito Antigo. Eles eram considerados presentes para os deuses e simbolizavam a renovação e a proteção. Os egípcios acreditavam que essas ofertas garantiriam bênçãos divinas e proteção contra o mal.

Múmias de gatos: as múmias desses felinos eram muitas vezes oferecidas à deusa gata Bastet.
Gatos mumificados

4. O Processo de Mumificação

O processo de mumificação no Egito Antigo era extremamente elaborado e envolvia várias etapas. Os sacerdotes especializados, conhecidos como “embalsamadores”, desempenhavam um papel crucial. Eles removiam os órgãos internos, secavam o corpo com sais e ervas, e depois envolviam o cadáver em bandagens de linho. Os órgãos removidos eram preservados em recipientes chamados de “jarros canopos”. Essa técnica meticulosa garantia a preservação das múmias por séculos.

A mumificação era realizada em, basicamente, três etapas, de acordo com o museu: retirada dos órgãos internos, secagem do corpo e cobertura do cadáver. O primeiro passo era a remoção de todos os órgãos internos que poderiam se deteriorar rapidamente.
Processo de mumificação egípcio

5. Curiosidades sobre Descobertas de Múmias

Além da famosa descoberta da tumba de Tutancâmon em 1922, outras múmias egípcias notáveis foram encontradas no Egito. A múmia da sacerdotisa egípcia Henut Taui, por exemplo, foi descoberta com suas joias e um intricado caixão dourado que a tornou uma das descobertas mais impressionantes da egiptologia moderna. Essas descobertas continuam a revelar insights sobre a vida no Egito Antigo.

Para garantir sua sobrevivência na vida após a morte, Henuttawy, filha do faraó Shoshenq, foi enterrada em um conjunto excepcional de sarcófagos. As inscrições, a máscara dourada e as ricas decorações pintadas serviam para aumentar a proteção física e simbólica da princesa.
Sarcófago de Henut Taui

6. Múmias de Animais

Além das múmias humanas, os egípcios também mumificavam animais no Egito Antigo. O culto aos animais era uma parte importante de sua religião, e gatos, cachorros, crocodilos e até mesmo escaravelhos eram mumificados. O Museu Britânico abriga uma coleção impressionante de múmias de animais, incluindo um gato que foi radiografado para revelar seu conteúdo sem danificar a embalagem externa.

Recentemente encontrada, arqueólogos suspeitam que este animal mumificado seja um filhote de leão.
Múmia de Suposto filhote de leão

Raio x de uma múmia de gato, feita para ver o conteúdo sem afetar o exterior.
Radiografia de múmia de gato

7. Múmias de Faraós e Nobres

Faraós e membros da nobreza eram mumificados com grande pompa e cerimônia. Suas tumbas eram repletas de tesouros e artefatos para acompanhá-los na vida após a morte. A Grande Pirâmide de Gizé, uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo, é o local de descanso final de Quéops, um dos faraós mais conhecidos do Egito Antigo.

Sarcófago de granito rosa do chanceler Khufu-ankh dentro do Museu Egípcio, Cairo, Egito, Norte da África.
Sarcófago de granito rosa de Khufu-ankh

8. Amuletos e Feitiços

Durante o processo de mumificação, eram colocados amuletos protetores e feitiços mágicos em torno do corpo. Esses amuletos tinham a finalidade de garantir a segurança e o sucesso na vida após a morte.

No Antigo Egito, os amuletos eram conhecidos como amuletos e geralmente tinham a forma de plantas, animais ou objetos sagrados. Acreditava-se que eles forneciam proteção contra o mal ou o perigo, além de trazer boa sorte.
Amuletos Egípcios

Esses amuletos eram geralmente fabricados pressionando pasta de faiança egípcia úmida (uma espécie de louça) em moldes unilaterais; isso fica claro pelo fato de que há apenas uma superfície decorada, e as costas dos objetos mostram pressão por serem pressionados no lugar ou empenamento à medida que a pasta de faiança seca e encolhe.
Amuletos de Faiança (louça)

9. Rituais de Passagem:

Os egípcios acreditavam que a morte era uma passagem para a vida após a morte, e muitos rituais funerários egípcios eram realizados para garantir que a alma do falecido tivesse uma jornada segura. O Livro dos Mortos, uma coleção de feitiços e instruções para o pós-morte, era colocado nas tumbas para orientar os mortos em sua jornada.

As práticas envolvidas nesta cerimónia incluíam purificação, unção e recitação de orações e feitiços, bem como tocar na múmia com objetos rituais para restaurar os sentidos. Depois disso, eram oferecidos alimentos e roupas ao falecido e os enlutados participavam do banquete funerário.
Rituais de passagem egípcios

10. Declínio do Uso de Múmias

Com o tempo, o uso de múmias em medicina e práticas religiosas diminuiu. No século XIX, as múmias egípcias tornaram-se uma mercadoria de interesse para colecionadores e museus, levando a uma demanda que resultou na destruição de muitos exemplares em busca de itens valiosos. Você pode fazer um Tour pelo museu britânico representado na imagem a baixo clicando aqui.

Objetos do Antigo Egito fazem parte do acervo do Museu Britânico desde o seu início. Hoje a coleção inclui mais de 100 mil objetos, incluindo uma grande coleção de esculturas que datam de 10 mil AC.
Coleção Egípcia do Museu Britânico

Curiosidade Bônus: O Uso de Múmias em Rituais Mágicos

Na cultura egípcia antiga, acredita-se que algumas múmias tenham sido usadas em rituais mágicos e religiosos. Os sacerdotes e magos do Egito acreditavam que as múmias podiam conter poderes místicos e proteger contra malefícios. Em alguns casos, múmias de animais eram usadas como amuletos protetores em rituais mágicos destinados a trazer boa sorte, saúde e prosperidade. Esses rituais eram parte integrante da religião egípcia e da crença em uma vida após a morte. Hoje, essas práticas mágicas podem parecer curiosas, mas na época, eram uma parte vital da vida cotidiana e da espiritualidade egípcia.

Os antigos egípcios associavam o deus Thoth com cabeça de íbis à escrita, sabedoria e magia.
Múmia animal com cabeça de Ibis

As múmias do Egito Antigo continuam a intrigar e fascinar as pessoas até hoje. Seu papel na medicina, na arte e na religião é um testemunho da complexidade da civilização egípcia. À medida que exploramos essas curiosidades sobre múmias, lembramos o quão valioso é preservar e entender nossa história. As múmias egípcias são verdadeiramente um tesouro de conhecimento e beleza que nos conecta ao passado distante.

Espero que tenham gostado dessas curiosidades sobre o Egito Antigo e especialmente sobre as múmias.
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